quarta-feira, 5 de maio de 2010

Atividade - Produção textual



A partir da imagem "por-do-sol" relacione-a a um fato ocorrido em sua vida e produza um texto narrativo ou um poema. Seja criativo!

Uma das produções vencedoras

COLÉGIO ESTADUAL SAGRADA FAMÍLIA
CIDADE: Campo Largo UF: PR
Professora: SUELI TEREZINHA FERREIRA
Aluna: SHERON RIBEIRO

Antes que tudo se apague...

Lembro-me bem dos meus tempos de criança, da minha cidade, das
emoções vividas, da minha cidade querida... Vejo o filme de minha vida passando diante de meus olhos, as risadas, as lágrimas, os sorrisos, os olhares brilhantes, os amores, os encantos... Ainda me lembro de quando olhava para o céu azul... Campo Largo. Ah, Campo Largo! Lugarejo calmo e pacato, mas que marcará sempre, com sua simpatia e beleza, o coração dos campo-larguenses! Tempos bons, em que alegria era poder brincar, que encanto era olhar os pássaros, que divertimento era contar estrelas... Ai como era bom, com nossos pequenos olhinhos, fixados e ansiosos, aguardando que nossos irmãos maiores terminassem nossos brinquedos novos! Feitos de retalhos, meias velhas, sabugo de milho... Mas não importava, éramos gente simples, apenas com Deus nos acompanhando, abrindo nossos caminhos, amparando-nos quando necessário. E é por isso que eu e toda a minha família íamos todos os domingos à missa. Sempre muito religiosos, meus pais nos aprontavam com nossas melhores roupas, com a cheirosa água-de-colônia, lacinhos no cabelo, gravatinha nos meninos e com sapatos engraxados cuidadosamente por meu irmão mais novo. Bom mesmo era namorar! Como era gostoso, aquele friozinho que subia pelo corpo todo quando pegávamos um na mão do outro! A pior parte era quando chegava o momento de encarar o “sogrão”. As pernas tremiam, as mãos suavam, o rosto vermelho de vergonha... Mas estava ali! O pai nos colocava mil restrições, e a que mais nos incomodava era o irmão dela, que nos vigiava todo o tempo. Ele nos colocava preços: um beijinho – 3 balas; pegar na mão – 4 balicas; abraçar – 5 chicletes; olhares prolongados – 1 carrinho de coleção, mas não passava disso! Se fizéssemos mais que isso, o preço era outro: um sermão enorme e uma ex-namorada. Ainda bem que isso não aconteceu! Nós íamos ao Cine Jóia, depois ao coreto, onde tocavam as bandinhas, comprávamos um jornal, na Banca do Zeca, e sentávamos no banco da praça da Igreja. Era assim, pouco contato, mas muito... muito amor! Trabalhei muito, dia após dia, com o suor escorrendo pelo rosto para juntar um bom dinheiro, comprar minha casa e me casar com minha querida Luíza. Finalmente consegui! A alegria estampada em meu rosto mostrava a todos o amor que por ela sentia. Casei-me, dia especial, totalmente sem palavras, momento sem explicação! Que nervosismo ficar em frente ao altar esperando minha “anja protetora” chegar! Então – depois de minutos de atraso – entra minha noiva, minha esposa, minha mulher! Linda, véu sobre o rosto, cauda longa, vestido bordado à mão... imagem inesquecível. Casal perfeito, nos amamos muito. Assim vieram os frutos... lindos frutos! Dez filhos maravilhosos, prestativos. Eu, em meu tempo de estudo, ou seja, no tempo certo para se estudar, não tive condições... não tinha mesmo! Por isso dei tudo o que não tive aos meus filhos. Hoje tenho uma grande, não, não... ENORME família! Orgulho-me de ser descendente de italianos, mas me orgulho mais ainda de ser campo-larquense... povo bom e honesto! Agora, em meu lar, tenho rapazes formados, direitos, legítimos campo-larquenses! Ah, antes que tudo se apague, agradeço ao Nosso Senhor, que me permitiu ter pessoas tão lindas em minha vida, ter vivido instantes inesquecíveis e claro... registrar aqui minha caminhada, antes que o futuro os apague. Aí vai uma dica: antes que o belo se apague, viva a vida como ela é! Abraços... de um alguém.